Dakar 2025: Maria Luís Gameiro teve a sua primeira amostra do “fim do mundo”

O Dakar é uma aventura que leva as tripulações a percorrerem cenários que misturam beleza com uma pitada de medo. Paisagens cuja imensidão coloca em perspetiva a pequenez de quem os percorre, uma pequenez que se torna ainda mais evidente quando os problemas surgem. Maria Luís Gameiro e José Marques sentiram isso na etapa 10 do Dakar.

A etapa de hoje contou com apenas 120 km contra o cronómetro. A ligação era de mais de 500 km e já se sabe que as ligações também podem dar dores de cabeça. A curta distância do troço cronometrado não permitia encarar a etapa de hoje com leveza, pois a dupla do Team Motivo JCB ia enfrentar o famoso “Empty Quarter” pela primeira vez.

Também conhecido como Rub' al Khali em árabe, o “Empty Quarter” é o maior deserto de areia do mundo, cobrindo uma área de aproximadamente 650.000 km² na Península Arábica. Um interminável mar de areia que ocupa terço sul da península, abrangendo partes da Arábia Saudita, Omã, Emirados Árabes Unidos e Iémen. Um cenário desolador, inóspito, mas, ao mesmo tempo, imponente e belo.

Era este o pano de fundo para uma etapa que se revelou dura. Para “navegar” as dunas, é preciso experiência, algo que Maria Luís ainda não tem, enfrentando pela primeira vez um desafio deste calibre. Mas com a perseverança que tem usado em todas as provas deste Dakar, a dupla do Fenic X-Raid 1000R Turbo conseguiu novamente chegar ao fim da etapa.

“Foram apenas 120 km, mas deram muito trabalho, especialmente a primeira metade da etapa, onde não nos divertimos muito. Mas na segunda metade já conseguimos entender melhor o terreno que tínhamos pela frente e conseguimos melhorar um pouco. A expetativa para este dia não era elevada. Para sermos competitivos neste tipo de terreno, é preciso experiência. Não contávamos fazer uma etapa brilhante e o 36.º lugar nos Challenger, por si só não é animador. Mas o facto de termos chegado ao fim de mais uma etapa e de faltarem apenas mais dois dias de prova, sim, deixa-nos entusiasmados. Dois dias para chegarmos ao objetivo. Já consegui entender melhor o carro neste tipo de condições, lições importantes para o que vem amanhã. 300 km contra o cronómetro no “Empty Quarter”, uma prova tão dura que a organização decidiu que os camiões vão cumprir um percurso alternativo. Espera-nos um dia muito difícil, mas estamos cada vez mais animados por já termos o nosso objetivo à vista.”

 

Comunicado Oficial